21/06/09

DANÇA DE OFERTÓRIO, interessante!




Encontrei este video no YouTube. Não resisti a colocá-lo aqui. Serve, pelo menos como partilha de uma ideia interessante.
Não encontrei musica correspondente em português, mas creio que era fácil traduzir a letra e, quem sabe, numa festa de catequese, por exemplo, aproveitar a ideia....
Disfrutem! Eu achei muito interessante.

17/06/09

BALANÇO DO ANO PAULINO

S. PAULO TORNAR-SE-Á UMA FIGURA MAIS POPULAR

D. ANACLETO GONÇALVES OLIVEIRA FAZ BALANÇO POSITIVO DO ANO PAULINO

http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/gd_imager.pl?img=P1020980.JPG&conf=noticiaBento XVI proclamou um "Ano Paulino", para celebrar os 2000 anos do nascimento de São Paulo, com início na Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, a 29 de Junho de 2008, e que termina agora, um ano depois. A Agência ECCLESIA foi ao encontro de D. Anacleto Oliveira, Bispo Auxiliar de Lisboa e responsável pelo itinerário catequético, proposto pela CEP, para falar do balanço destas 52 semanas e das perspectivas que se abrem após esta celebração.

Agência ECCLESIA (AE) - Este ano, S. Paulo foi o guia espiritual da Igreja?

D. Anacleto Oliveira (AO) - Para muitos cristãos foi e para a Igreja, em geral, também. Fez-se muitas coisas e tenho a impressão que foi um ano marcado por esta figura da Igreja.

AE - Que pontos destacaria neste Ano Paulino?

AO - É muito difícil dizer porque não temos nenhum levantamento de tudo aquilo que se fez. Sabemos que se realizaram muitas iniciativas e actividades: a nível internacional, nacional, diocesano, paroquial e pessoal. No entanto, destacaria, a nível nacional, a peregrinação ao Santuário Fátima, na Festa da conversão de S. Paulo. Apesar das condições climatéricas teve uma afluência muito grande, sobretudo da diocese de Lisboa. Nas dioceses realizaram-se também imensas actividades e alguns movimentos - Escutismo, Cursos de Cristandade - concretizaram também iniciativas. Alguns destes têm como patrono S. Paulo. O Secretariado Nacional da Educação Cristã também promoveu catequeses.

Neste Ano Paulino suponho que o mais proveitoso foi o confronto pessoal e em pequenos grupos que muitos cristãos fizeram com os escritos de S. Paulo. Esta figura da Igreja oferece-nos caminhos únicos para o encontro com Cristo. Por isso, a dimensão pessoal é fundamental.

AE - Na Peregrinação Nacional a Fátima, a vinda de um bispo sírio foi intencional?

AO - Foi. Embora não seja bispo de Damasco, lugar onde S. Paulo encontro Jesus Cristo pela primeira vez, quisemos dar uma dimensão e um colorido geográfico a esta peregrinação. Por outro lado, o gesto muito significativo - sugerido por S. Paulo - foi a oferta material que os peregrinos fizeram para a Igreja Católica da Síria.

AE - Se S. Paulo foi um autêntico GPS, o livro «Um ano a caminhar com S. Paulo» da sua autoria foi um excelente auxílio?

AO - Penso que sim, mas não tenho números. Não sei qual foi a tiragem e muito menos a quantidade de livros vendidos e, o mais importante, aqueles que se leram. Os ecos que me chegaram de diversos pontos do país são muito positivos. Pude partilhar os conhecimentos sobre S. Paulo que fui adquirindo ao longo da minha vida.

AE - Sentiu que a Igreja Portuguesa caminhou ao longo destas 52 semanas como propõe o seu livro?

AO - Em Lisboa, no dia 28 deste mês iremos fazer uma avaliação das actividades realizadas nas paróquias e movimentos. Ficaremos com uma pequena ideia e podemos tirar lições para o futuro. Suponho que nas outras dioceses também se farão avaliações.

S. Paulo diria: leiam as minhas cartas

AE - Recentemente, celebrou-se o cinquentenário do monumento a Cristo-Rei. Neste Ano Paulino não se deveria ter feito uma obra emblemática para mais tarde recordar?

AO - Não sei. Não sou muito entusiasta dos monumentos, mas com isto não estou, de maneira nenhuma, a exprimir a mínima crítica àquilo que se fez nas celebrações do cinquentenário. Pelo contrário, é um monumento que hoje faz parte do nosso país. É impossível passar por Lisboa e não visualizar o Cristo-Rei.

Em relação a S. Paulo, suponho que, se lhe perguntassem, ele não seria entusiasta duma ideia dessas. Se lhe perguntassem, ele diria: "leiam as minhas cartas, leiam aquilo que escrevi". Os Escritos Paulinos têm uma actualidade enorme... Suponho que ele diria: "em vez de estarem a gastar o tempo em monumentos (risos), gastem-no a ler as minhas cartas".

AE - No entanto, um monumento é simbólico e recorda sempre um acontecimento.

AO - Essa ideia não surgiu... E depois onde iríamos erigir um monumento desses? Temos igrejas - não são muitas - dedicadas a S. Paulo. Esse aspecto impressionou-me: as igrejas dedicadas a S. Paulo contam-se pelos dedos.

AE - Há alguma razão especial?

AO - S. Paulo não é uma figura popular. Ele é um intelectual, mas um homem de acção. Tem muitos escritos - alguns dos quais não são fáceis de entender - e por isso não se tornou uma figura popular como os «nossos» santos populares. Ainda por cima com a agravante de estar junto a S. Pedro, na solenidade principal do ano.

AE - Mesmo na iconografia ele aparece, muitas vezes, junto a S. Pedro.

AO - Isso não está mal. Aliás, o facto da Igreja os ter colocado na mesma solenidade foi uma ideia muito feliz porque são as duas figuras que mais contribuíram para que a Igreja fosse surgindo e, hoje, seja aquilo que é.

Radicalidade de S. Paulo

AE - E apazigua a polémica e discussão entre eles nas comunidades iniciais.

AO - Sim. Eles tiveram momentos de tensão, mas tudo o que S. Paulo diz e escreve nas suas cartas sobre S. Pedro é bastante elogioso. Ele reconhece, plenamente, a primazia de Pedro na Igreja nascente. Não se pode exagerar nas tensões que existiram, mas que se compreendem pela radicalidade com que S. Paulo via e assumia a mensagem cristã.

AE - Era um «guerreiro» evangélico?

AO - Desde que tivesse em perigo o Evangelho - a prioridade absoluta de Jesus Cristo - então ele reagia negativamente. No entanto, ele entregava-se àquele que era conhecido como pedra da Igreja. A prova disso está na ida de S. Paulo a Jerusalém para entregar a sua colecta. Essa viagem deu origem à sua prisão e à sua morte. Ele respeitava e amava profundamente a Igreja na sua totalidade.

AE - Depois deste Ano Paulino, S. Paulo tornar-se-á padroeiro de paróquias nascentes?

AO - Acredito. Não só de igrejas, mas também de outras casas e instituições. Este acontecimento provocou descobertas. Lentamente, S. Paulo tornar-se-á uma figura mais popular.

AE - Com a celebração dos 2000 anos do nascimento de Paulo, os cristãos ficaram também mais ricos geograficamente com as peregrinações aos locais Paulinos.

AO - Esta actividade foi muito «explorada» este ano e com resultados interessantes. Mais do que os lugares que as pessoas visitam - participei em duas peregrinações aos lugares Paulinos - foi a ocasião que estas tiveram para ir lendo e ouvindo textos de S. Paulo ou sobre S. Paulo. Notei interesse nas pessoas de conhecer o que S. Paulo nos deixou. Quanto mais conheciam mais queriam conhecer.

AE - O Sínodo dos Bispos sobre a Palavra também contribuiu para divulgar os escritos de S. Paulo.

AO - O Sínodo já estava programado, mas acabou por inserir-se plenamente, ou melhor, S. Paulo acabou por inserir-se no Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus. Embora - estive lá - as referências a S. Paulo não fossem muitas porque a Palavra de Deus tem dimensões mais alargadas.

S. Paulo e o Santo Cura d´Ars

AE - Depois de um ano dedicado a S. Paulo, Bento XVI proclamou o Ano Sacerdotal. S. Paulo é o modelo de sacerdote?

AO - Paulo foi um apóstolo. Ele próprio, uma vez ou outra, se apresenta com «essa roupa» de sacerdote. Recordo a Carta aos Romanos, no capítulo 15, que fala da sua actividade junto dos gentios com uma linguagem, tipicamente, sacerdotal. Ele continua a ser um modelo para todos os homens.

AE - Mas S. Paulo é muito diferente do Santo Cura d´Ars (João Maria Vianney) que era um simples padre da aldeia. Duas formas diferentes de evangelizar?

AO - Claro, mas complementares. Não podemos esquecer que S. Paulo andava pelo mundo, mas procurou manter sempre este contacto pessoal nas comunidades. A missão que ele recebeu de Jesus Cristo obrigava-o a caminhar. Segundo os «Actos dos Apóstolos», ele passou 18 meses em Corinto e três anos em Éfeso. Nesses sítios, S. Paulo dedicava-se totalmente aquilo que, na linguagem de hoje, é específico de um sacerdote. Neste sentido há uma afinidade muito grande com S. João Maria Vianney. Sem esquecer o amor profundo por Jesus Cristo.

AE - Ao longo do ano foram publicadas algumas obras sobre S. Paulo. Sendo um estudioso desta figura da Igreja, alguma o surpreendeu?

AO - Foram publicadas muitas, mas traduções de obras que já existiam. Compreende-se porque o mundo da investigação deixa-se orientar por outros critérios.

AE - A luz paulina deixou marcas na Igreja portuguesa?

AO - Veremos, mas confesso que houve um interesse redobrado. Fiquei impressionado com o grande número de pessoas que tem participado, na região Oeste do Patriarcado, em encontros periódicos. Noto que S. Paulo está a iluminar muita gente. Quando nos deixamos envolver por ele, já não conseguimos largá-lo.

AE - Isso acontece com D. Anacleto Oliveira porque sempre estudou S. Paulo?

AO - São longos anos de estudo, mas não conheço tudo. Aqui aplica-se o ditado popular: «Quando mais sei, mais sei que não sei». Isto é: o contacto com os escritos de S. Paulo surpreende-me permanentemente. Estamos sempre a descobrir novos aspectos e novas realidades que têm uma actualidade muito grande nos nossos dias.

AE - Se fosse hoje, elaborava o manual «Um ano a caminhar com S. Paulo» de igual forma e com o mesmo conteúdo?

AO - Não iria mudar nada de especial. Talvez exprimir um pensamento ou outro de forma mais clara. Reconheço que ele foi escrito muito à pressão, mas o esquema genérico mantê-lo-ia.

AE - S. Paulo «prende» o leitor?

AO - A Segunda Carta aos Coríntios tem textos admiráveis. Textos com paixão e intensidade que não deixam nenhum leitor atento neutro.

AE - Nota-se que tem uma paixão paulina. Irá sentir saudades depois do encerramento deste ano Paulino?

AO - Não ficarei com saudades porque irei continuar a aprofundar os textos de S. Paulo. Mais do que saudades, ficarei com mais entusiasmo para me dedicar ao estudo daquilo que S. Paulo nos deixou.

AE - Depois do Ano Paulino será que teremos um Ano Petrino ou Ano Joanino? Uma forma de divulgar os textos bíblicos...

AO - Em Lisboa, está definido que os próximos três anos serão dedicados à Palavra de Deus. Espero que as pessoas tenham tomado o gosto pela Palavra de Deus.

Europa necessita de reler S. Paulo

AE - Com esta crise mundial, um S. Paulo contemporâneo dava jeito?

AO - (Risos)... S. Paulo não podia resolver os problemas económicos, mas resolvia os problemas dos valores. A sociedade europeia - que nasceu muito de S. Paulo - necessitava de escutar a palavra de S. Paulo. Quando as pessoas olharem para o cristianismo de forma mais positiva e mais realista deverão reconhecer que S. Paulo foi dos maiores fundadores da Europa. Teve um contributo enorme na unificação da Europa, mas é uma figura com dimensão universal.

AE - Ao longo deste ano, quantas conferências fez sobre S. Paulo?

AO - Não sei, mas fiz umas boas dezenas.

AE - De Norte a Sul do país?

AO - Sim. O mais a Norte foi na diocese de Bragança e o mais a Sul na diocese de Beja. No entanto, a maior parte das minhas intervenções foram no centro do país. Senti dinamismo em todos os locais onde estive.

Agência Ecclesia | Entrevistas | Luís Filipe Santos | 2009-06-17 | 11:28:59 | 13513 Caracteres | Ano Paulino

09/06/09

INÍCIO DO ANO SACERDOTAL

No próximo dia 19 de Junho, Dia da Solenidade do Coração de Jesus e Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, começa o Ano Sacerdotal que se prolongará até ao dia 19 de Junho de 2010.

Porque o tempo urgia e não havia possibilidade de trocar impressões com todos os sacerdotes, em diálogo com o Cónego Emanuel que acabo de nomear Vigário Episcopal para o Clero, Vocações e Ministérios, achámos por bem, já que de Roma se pede que nesse dia haja “um acto litúrgico específico e festivo” em cada igreja particular e em cada comunidade, que na nossa Diocese se pedisse a cada sacerdote que:

a) - No Dia do Sagrado Coração de Jesus, Sexta-feira, ao meio-dia, fizesse tocar o sino das igrejas de todas as suas comunidades;

b) - Celebrasse a Eucaristia na matriz de uma delas e fosse lida, nesse dia e no domingo a seguir, a Mensagem - convite do Bispo Diocesano em cada local onde o povo se reúne para rezar;

c) - Sensibilizasse as restantes comunidades de modo a que nos seus lugares de culto seja possível organizar (a exemplo do que acontece no mês de Maio com o Terço) uma oração comunitária, estando assim em comunhão com a Igreja Universal nesta iniciativa de abertura do Ano sacerdotal.

O Santo Padre Bento XVI dará início a este Ano Sacerdotal nesse mesmo dia, em Roma, com a Oração de Vésperas e na presença das sagradas relíquias do Santo Cura d’Ars;

d) - Dinamizasse, com os textos e iniciativas que entretanto irão sendo facultados, a oração por esta intenção nas suas comunidades ao longo deste ano;

e) - Tomasse e desse conhecimento, quando achasse oportuno, do Decreto da Penitenciaria Apostólica sobre as Indulgências e da Carta do Cardeal Prefeito da Congregação para o Clero que envio em anexo. Seria bom que se fizesse com os cristãos uma certa catequese sobre o que são hoje as Indulgências. Na Web podem encontrar-se os elementos de ajuda.

f) - A partir de agora desse a sua atenção às sugestões e iniciativas que o Cónego Emanuel, Vigário Episcopal, for apresentando para uma melhor vivência pessoal e comunitária do Ano Sacerdotal.

Portalegre, 8 de Junho de 2009.

+Antonino Eugénio Fernandes Dias

Bispo de Portalegre-Castelo Branco

INDULGÊNCIAS NO ANO SACERDOTAL

PAENITENTIARIA APOSTOLICA

URBIS ET ORBIS

DECRETO

Serão enriquecidos com o dom de Sagradas Indulgências, particulares exercícios de piedade, a realizar-se durante o Ano Sacerdotal proclamado em honra de São João Maria Vianney.

Aproxima-se o dia no qual se comemorarão os 150 anos do piedoso trânsito para o céu de São João Maria Vianney, Cura d'Ars, que aqui na terra foi um admirável modelo de verdadeiro Pastor ao serviço do rebanho de Cristo.

Dado que o seu exemplo é adequado a estimular os fiéis e, principalmente, os sacerdotes a imitar as suas virtudes, o Sumo Pontífice Bento XVI estabeleceu que, para esta ocasião, de 19 de Junho de 2009 a 19 de Junho de 2010 seja celebrado em toda a Igreja um especial Ano Sacerdotal, durante o qual os sacerdotes se reforcem cada vez mais na fidelidade a Cristo com meditações piedosas, exercícios sagrados e outras obras oportunas.

Este período sagrado terá início com a solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus, dia de santificação sacerdotal, quando o Sumo Pontífice celebrará as Vésperas na presença das sagradas relíquias de São João Maria Vianney, trazidas a Roma pelo Excelentíssimo Bispo de Belley-Ars. O Beatíssimo Padre também concluirá o Ano Sacerdotal na Praça de São Pedro com os sacerdotes provenientes de todo o mundo, que renovarão a fidelidade a Cristo e o vínculo de fraternidade.

Os sacerdotes empenhem-se com orações e boas obras, em obter do Sumo e Eterno Sacerdote Cristo a graça de resplandecer com a Fé, a Esperança, a Caridade e outras virtudes, e mostrem com o comportamento de vida, mas também com o aspecto exterior, que estão a dedicar-se plenamente ao bem espiritual do povo; o que, sobre todas as outras coisas, a Igreja teve sempre a peito.

Para alcançar do melhor modo a finalidade desejada, beneficiará muito o dom das Sagradas Indulgências, que a Penitenciaria Apostólica, com o presente Decreto emanado em conformidade com a vontade do Augusto Pontífice, benignamente concede durante o Ano Sacerdotal:

A. Aos sacerdotes verdadeiramente arrependidos, que em qualquer dia devotamente recitarem pelo menos as Laudes matutinas ou as Vésperas diante do Santíssimo Sacramento, exposto à pública adoração ou reposto no tabernáculo e, a exemplo de São João Maria Vianney, se oferecerem com ânimo pronto e generoso à celebração dos sacramentos, sobretudo da Confissão, concede-se misericordiosamente em Deus a Indulgência plenária, que poderá inclusive ser aplicada aos irmãos defuntos como sufrágio; se, em conformidade com as disposições vigentes, se aproximarem da confissão sacramental e do Convívio eucarístico, e rezarem segundo as intenções do Sumo Pontífice.

Além disso, aos sacerdotes concede-se a Indulgência parcial, também aplicável aos irmãos defuntos, cada vez que recitarem devotamente orações devidamente aprovadas a fim de que conduzam uma vida santa e cumpram santamente os ofícios que lhes forem confiados.

B. A todos os fiéis verdadeiramente arrependidos que, na igreja ou no oratório, assistirem devotamente ao divino Sacrifício da Missa e oferecerem, pelos sacerdotes da Igreja, orações a Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, e qualquer obra boa realizada naquele dia, a fim de os santificar e plasmar segundo o Seu coração, concede-se a Indulgência plenária, contanto que tenham expiado os próprios pecados com a penitência sacramental e elevado orações segundo as intenções do Sumo Pontífice: nos dias em que se abre e se encerra o Ano Sacerdotal, no dia do 150º aniversário do trânsito piedoso de São João Maria Vianney, na primeira quinta-feira do mês ou em qualquer outro dia estabelecido pelos Ordinários dos lugares, para a utilidade dos fiéis.

Será muito oportuno que, nas igrejas catedrais e paroquiais, sejam os próprios sacerdotes prepostos ao cuidado pastoral a dirigir publicamente estes exercícios de piedade, a celebrar a Santa Missa e confessar os fiéis.

Aos idosos, doentes e a todos os que por motivos legítimos não puderem sair de casa, com o ânimo desapegado de qualquer pecado e com a intenção de cumprir, assim que possível, as três condições de costume, na própria casa ou onde estiverem a viver, concede-se de igual modo a Indulgência plenária se, nos dias acima determinados, recitarem orações pela santificação dos sacerdotes e oferecerem a Deus com confiança as doenças e as dificuldades da sua vida, por intermédio de Maria, Rainha dos Apóstolos.

Enfim, concede-se a Indulgência parcial a todos os fiéis todas as vezes que recitarem devotamente cinco Pai-Nossos, Ave-Marias e Glórias, ou outra oração devidamente aprovada, em honra do Sacratíssimo Coração de Jesus, a fim de obter que os sacerdotes se conservem em pureza e santidade de vida.

O presente Decreto é válido por toda a duração do Ano Sacerdotal. Não obstante qualquer disposição contrária.

Dado em Roma, na sede da Penitenciaria Apostólica, a 25 de Abril, festa de São Marcos Evangelista, do ano da Encarnação do Senhor de 2009.

James Francis Card. Stafford, Penitenciário-Mor

Gianfranco Girotti ,O.F.M., Conv., Bispo Titular de Meta, Regente

O ANO SACERDOTAL

Caros Sacerdotes,

O Ano Sacerdotal, anunciado por nosso amado Papa Bento XVI, para celebrar o 150º aniversário da morte de S. João Maria Vianney, o Santo Cura D’Ars, está às portas. O Santo Padre o abrirá a 19 de junho p.f., festa do Sagrado Coração de Jesus e Dia Mundial de oração pela santificação dos sacerdotes. O anúncio deste ano especial teve uma repercussão mundial positiva, especialmente entre os próprios sacerdotes. Todos queremos empenhar-nos com determinação, profundidade e fervor, a fim de que seja um ano amplamente celebrado em todo o mundo, nas dioceses, nas paróquias, em cada comunidade local, com envolvimento caloroso do nosso povo católico, que sem dúvida ama seus padres e os quer ver felizes, santos e alegres no trabalho apostólico quotidiano.

Deverá ser um ano positivo e propositivo, em que a Igreja quer dizer antes de tudo aos sacerdotes, mas também a todos os cristãos, à sociedade mundial, através dos meios de comunicação global, que ela se orgulha de seus sacerdotes, os ama, os venera, os admira e reconhece com gratidão seu trabalho pastoral e seu testemunho de vida. Realmente, os sacerdotes são importantes não só pelo que fazem, mas também pelo que são. Ao mesmo tempo, é verdade que alguns deles apareceram envolvidos em problemas graves e situações delituosas. Obviamente, é preciso continuar a investigá-los, julgá-los devidamente e puni-los. Estes casos, contudo, dizem respeito somente a uma porcentagem muito pequena do clero. Na sua imensa maioria, os sacerdotes são pessoas muito dignas, dedicadas ao ministério, homens de oração e de caridade pastoral, que investem toda sua vida na realização de sua vocação e missão, muitas vezes com grandes sacrifícios pessoais, mas sempre com amor autêntico a Jesus Cristo, à Igreja e ao povo, solidários com os pobres e os sofridos. Por isso, a Igreja está orgulhosa de seus sacerdotes em todo o mundo.

Este ano seja também ocasião para um período de intenso aprofundamento da identidade sacerdotal, da teologia do sacerdócio católico e do sentido extraordinário da vocação e da missão dos sacerdotes na Igreja e na sociedade. Isso exigirá congressos de estudo, jornadas de reflexão, exercícios espirituais específicos, conferências e semanas teológicas em nossa faculdades eclesiásticas, pesquisas científicas e respectivas publicações.

O Santo Padre, em seu discurso de anúncio, durante a Assembléia Plenária da Congregação para o Clero, a 16 de março p.p., disse que com este ano especial pretende-se “favorecer esta tensão dos sacerdotes para a perfeição espiritual da qual sobretudo depende a eficácia do seu ministério”. Por esta razão, deve ser, de modo muito especial, um ano de oração dos sacerdotes, com eles e por eles, um ano de renovação da espiritualidade do presbitério e de cada presbítero. A adoração eucarística pela santificação dos sacerdotes e a maternidade espiritual de monjas, de religiosas consagradas e de leigas referente a sacerdotes , como já proposto, tempos atrás, pela Congregação para o Clero, poderiam ser desenvolvidas com frutos reais de santificação.

Seja um ano em que se examinem de novo as condições concretas e a sustentação material em que vivem nossos sacerdotes, às vezes submetidos a situações de dura pobreza.

Seja, ao mesmo tempo, um ano de celebrações religiosas e públicas, que levem o povo, as comunidades católicas locais, a rezar, a meditar, a festejar e a prestar uma justa homenagem a seus sacerdotes. A festa na comunidade eclesial constitui uma expressão muito cordial, que exprime e nutre a alegria cristã, uma alegria que brota da certeza de que Deus nos ama e festeja conosco. Será uma oportunidade para desenvolver a comunhão e a amizade dos sacerdotes com a comunidade que lhes foi confiada.

Muitos outros aspectos e iniciativas poderiam ser nomeados para enriquecer o Ano Sacerdotal. Aqui deverá entrar a justa creatividade das Igrejas locais. Por esta razão, convem que cada Conferência Episcopal, cada diocese, cada paróquia e comunidade local estabeleçam, quanto antes, um verdadeiro e próprio programa para este ano especial. Obviamente, será muito importante começar o ano com um evento significativo. No próprio dia da abertura do Ano Sacerdotal em Roma com o Santo Padre, 19 de junho, as Igrejas locais são convidadas a participar, de algum modo, quiçá com um ato litúrgico específico e festivo. Os que puderem vir a Roma para a abertura, venham para manifestar assim a própria participação nesta feliz iniciativa do Papa. Deus, sem dúvida, abençoará este empenho com grande amor. E a Santíssima Virgem Maria, Rainha do Clero, intercederá por todos vós, caros sacerdotes!

Cardeal Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo, Prefeito da Congregação para o Clero

01/06/09

UM NOVO PENTECOSTES

       Passa este ano o cinquentenário de um dos acontecimentos mais influentes do nosso tempo. Foi a 25 de Janeiro de 1959 que o papa João XXIII, eleito há menos de três meses, anunciou a convocação de "um concílio geral para a Igreja universal". Perto do Pentecostes, que nesse ano caiu a 17 de Maio, o pontífice formulou a esperança que o futuro concílio viesse a ser "um novo Pentecostes" para a Igreja.

Inaugurado a 11 de Outubro de 1962, após longa preparação, o Concílio Vaticano II foi encerrado a 7 de Dezembro de 1965. As suas quatro sessões ocuparam apenas 280 dias, escassas 40 semanas, mas os resultados foram magníficos, tal como o entusiasmo que o anúncio de João XXIII criou por todo o mundo.

A movimentação global que gerou e a sublime qualidade dos textos que produziu chegam para o marcar como um dos grandes momentos da história humana. Mas o mais importante são os seus efeitos, que vão sentir-se durante séculos. A Igreja Católica mudou nesses poucos meses mais do que alguém podia imaginar há 50 anos. Transformou os seus ritos e organização, purificou e avivou o conteúdo, com frutos que ainda hoje estão longe de estar totalmente revelados. Nem o Papa que o intuiu podia prever uma coisa assim.

Após 200 anos de perseguições, a Igreja tinha-se tornado defensiva, fechada, quase abafada. João XXIII pretendeu abrir as janelas e deixar entrar o ar. O que se fez foi muito mais, uma verdadeira repintura e redecoração de todo o edifício eclesial. É verdade que os anos do Concílio foram também conturbados e dolorosos. Não faltaram os que, em vez da renovação do mobiliário, pretendiam fazer obras radicais na construção da Igreja e até uma mudança de instalações, sem se darem contra da terrível traição que isso representaria.

A Igreja não é o conjunto dos seguidores dos ensinamentos de Cristo, morto há 2000 anos. É o corpo daqueles que convivem diariamente com Jesus, vivo e ressuscitado, que acompanha o seu povo a cada passo. Deste modo, a renovação católica nunca pode ser uma reinterpretação de textos antigos à luz da cultura contemporânea, mas uma fidelidade acrescida a uma Pessoa que permanece. Os santos, mas também os pecadores, são o testemunho vivo dessa Presença.

A Igreja reformou-se, as críticas permaneceram. Porque o Cristianismo não é uma lista ajustável de valores, de onde se escolhe um punhado para uso pessoal. É "nascer do Alto" (Jo 3, 3 e 7). Nem os cristãos nem os Papas podem modificar aquilo que receberam. Apenas pretendem torná-lo mais puro e fiel, eliminando as opiniões que se foram infiltrando na doutrina. A grande tentação, que se sentiu forte nesses anos, é substituir o Espírito pelo palpite pessoal e confundir actualização da linguagem com mudança na Palavra.

Qualquer concílio da história da Igreja só ganha sentido numa dualidade com o pontificado que o leva à plenitude. Tal como Trento só se entende com S. Pio V, eleito mais de dois anos depois do fim do grande concílio, foi com João Paulo II que o Vaticano II atingiu a sua perfeição. O magistério daquele Papa que nos incitou a não ter medo de abrir as portas a Cristo é que nos explicou o verdadeiro sentido e as múltiplas dimensões desse ensinamento. Foram os intensos e profundos 26 anos desse pontificado que, depois das intuições do grande João XXIII e do rigor do grande Paulo VI, criaram a Igreja conciliar. Bento XVI preside a uma Igreja que vive e respira o Concílio. Isso foi patente há pouco num outro Cinquentenário.

O santuário de Cristo-Rei, em Almada, foi inaugurado no dia de Pentecostes de 1959. No passado dia 17 de Maio, a multidão que acorreu às celebrações comemorativas era semelhante à que tinha estado presente na inauguração, cinco décadas antes. Desta vez não se pode aplicar a justificação que os críticos costumam apresentar. Um movimento daqueles já não é explicável pela boçalidade e ignorância do povo ou pela subserviência tacanha ao poder instalado. Só pode ser aquela Presença que tantos se recusam a ver, apesar da estátua de 28 metros.

DN, 2009-06-01

João César das Neves