21/11/09

A ESSÊNCIA DO CRISTIANISMO

Com a chegada do mês de Novembro, começa a azáfama do natal, campanhas publicitárias que repetem, à saciedade, que o Natal se faz das melhores prendas e que todos seremos muito felizes se gastarmos o que temos e não temos para comprar desde o bacalhau ao automóvel, dos enfeites a casacos, tudo está ao alcance de uma mensalidade que só se começa a pagar em 2010 (como se faltasse muito...).
As luzes nas ruas e a mudança dos horários do comércio completam o circo que, em vez de leões albinos e anões, faz desfilar ante os nossos olhos leopoldinas e popotas, ou o clássico pai-natal, qual assaltante a trepar por uma janela e gnomos, muitos gnomos.
É o espírito do natal presente. Cheio de festas e consoadas, trocas de prendas e jantaradas, o natal presente vai tocando a todos, e tanto, que quase ninguém dá por falta do que para alguns ainda é importante o NATAL!
Brincadeiras e paródias em torno do presépio, dos magos do oriente, cânticos de natal alterados para atingirem fins comerciais são o que mais se aproxima das origens, e ainda assim ficam sempre muito longe.
Dá vontade, a nós que sabemos o que celebrar no NATAL, de nos indignarmos com quem nos
rouba e deturpa o que de mais importante temos. Dá vontade de interpor uma providência cautelar que impeça quem não respeita o NATAL e se serve dele para vender, seja proibido de o fazer.
Mas não podemos. Não é que humanamente não tenhamos esse direito, nem é porque não valha a pena, por ninguém nos ouvir, não podemos porque nós somos assim. Imitando a Cristo que se deu todo e sem reservas, damos tudo o que temos mesmo quando corremos o risco de alguém estragar, deturpar ou entender mal o que temos para dar.
Damos mesmo a quem não quer e já deu provas de que não quer, damos a quem pede e a quem recusa, damos porque não é nosso nem de ninguém, mas d'Ele para todos.
Por isso, apesar do que custa ver o NATAL tão mal tratado e entendido, substituído por sucedâneos de quinta categoria, sejam eles barbudos, roliços ou esvoaçantes, ficamos felizes porque é essa a essência do Cristianismo, aniquilarmo-nos, entregues ao mundo.

O DISTRITO DE PORTALEGRE, 19-11-2009 T.F.