31/12/11

MENSAGEM PARA O DIA MUNDIAL DA PAZ 2012


Educar os jovens para a justiça e a paz

1. O início de um novo ano, dom de Deus à humanidade, induz-me a desejar a todos, com grande confiança e estima, de modo especial que este tempo, que se abre diante de nós, fique marcado concretamente pela justiça e a paz.
Com que atitude devemos olhar para o novo ano? No salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor «mais do que a sentinela pela aurora” (v. 6), aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações. Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia.
Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens; e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma perspetiva educativa: “Educar os jovens para a justiça e a paz”, convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo.
A minha Mensagem dirige-se também aos pais, às famílias, a todas as componentes educativas, formadoras, bem como aos responsáveis nos diversos âmbitos da vida religiosa, social, política, económica, cultural e mediática. Prestar atenção ao mundo juvenil, saber escutá-lo e valorizá-lo para a construção dum futuro de justiça e de paz não é só uma oportunidade mas um dever primário de toda a sociedade.
Trata-se de comunicar aos jovens o apreço pelo valor positivo da vida, suscitando neles o desejo de consumá-la ao serviço do Bem. Esta é uma tarefa, na qual todos nós estamos, pessoalmente, comprometidos.
As preocupações manifestadas por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo de poder olhar para o futuro com fundada esperança. Na hora atual, muitos são os aspetos que os trazem apreensivos: o desejo de receber uma formação que os prepare de maneira mais profunda para enfrentar a realidade, a dificuldade de formar uma família e encontrar um emprego estável, a capacidade efetiva de intervir no mundo da política, da cultura e da economia contribuindo para a construção duma sociedade de rosto mais humano e solidário.
É importante que estes fermentos e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum, a possuírem perspetivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver “coisas novas” (Is42, 9; 48, 6).
Os responsáveis da educação
2. A educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latina educere – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Este processo alimenta-se do encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Isto exige a responsabilidade do discípulo, que deve estar disponível para se deixar guiar no conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a dar-se a si mesmo. Mas, para isso, não bastam meros dispensadores de regras e informações; são necessárias testemunhas autênticas, ou seja, testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém que vive, primeiro, o caminho que propõe.
E quais são os lugares onde amadurece uma verdadeira educação para a paz e a justiça? Antes de mais nada, a família, já que os pais são os primeiros educadores. A família é célula originária da sociedade. «É na família que os filhos aprendem os valores humanos e cristãos que permitem uma convivência construtiva e pacífica. É na família que aprendem a solidariedade entre as gerações, o respeito pelas regras, o perdão e o acolhimento do outro”.[1] Esta é a primeira escola, onde se educa para a justiça e a paz.
Vivemos num mundo em que a família e até a própria vida se veem constantemente ameaçadas e, não raro, destroçadas. Condições de trabalho frequentemente pouco compatíveis com as responsabilidades familiares, preocupações com o futuro, ritmos frenéticos de vida, emigração à procura dum adequado sustentamento se não mesmo da pura sobrevivência, acabam por tornar difícil a possibilidade de assegurar aos filhos um dos bens mais preciosos: a presença dos pais; uma presença, que permita compartilhar de forma cada vez mais profunda o caminho para se poder transmitir a experiência e as certezas adquiridas com os anos – o que só se torna viável com o tempo passado juntos. Queria aqui dizer aos pais para não desanimarem! Com o exemplo da sua vida, induzam os filhos a colocar a esperança antes de tudo em Deus, o único de quem surgem justiça e paz autênticas.
Quero dirigir-me também aos responsáveis das instituições com tarefas educativas: Velem, com grande sentido de responsabilidade, por que seja respeitada e valorizada em todas as circunstâncias a dignidade de cada pessoa. Tenham a peito que cada jovem possa descobrir a sua própria vocação, acompanhando-o para fazer frutificar os dons que o Senhor lhe concedeu. Assegurem às famílias que os seus filhos não terão um caminho formativo em contraste com a sua consciência e os seus princípios religiosos.
Possa cada ambiente educativo ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de diálogo, coesão e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmãos. Possa ensinar a saborear a alegria que deriva de viver dia após dia a caridade e a compaixão para com o próximo e de participar ativamente na construção duma sociedade mais humana e fraterna.
Dirijo-me, depois, aos responsáveis políticos, pedindo-lhes que ajudem concretamente as famílias e as instituições educativas a exercerem o seu direito-dever de educar. Não deve jamais faltar um adequado apoio à maternidade e à paternidade. Atuem de modo que a ninguém seja negado o acesso à instrução e que as famílias possam escolher livremente as estruturas educativas consideradas mais idóneas para o bem dos seus filhos. Esforcem-se por favorecer a reunificação das famílias que estão separadas devido à necessidade de encontrar meios de subsistência. Proporcionem aos jovens uma imagem transparente da política, como verdadeiro serviço para o bem de todos.
Não posso deixar de fazer apelo ainda ao mundo dos media para que prestem a sua contribuição educativa. Na sociedade atual, os meios de comunicação de massa têm uma função particular: não só informam, mas também formam o espírito dos seus destinatários e, consequentemente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens. É importante ter presente a ligação estreitíssima que existe entre educação e comunicação: de facto, a educação realiza-se por meio da comunicação, que influi positiva ou negativamente na formação da pessoa.
Também os jovens devem ter a coragem de começar, eles mesmos, a viver aquilo que pedem a quantos os rodeiam. Que tenham a força de fazer um uso bom e consciente da liberdade, pois cabe-lhes em tudo isto uma grande responsabilidade: são responsáveis pela sua própria educação e formação para a justiça e a paz.
Educar para a verdade e a liberdade
3. Santo Agostinho perguntava-se: “Quid enim fortius desiderat anima quam veritatem – que deseja o homem mais intensamente do que a verdade?”.[2] O rosto humano duma sociedade depende muito da contribuição da educação para manter viva esta questão inevitável. De facto, a educação diz respeito à formação integral da pessoa, incluindo a dimensão moral e espiritual do seu ser, tendo em vista o seu fim último e o bem da sociedade a que pertence. Por isso, a fim de educar para a verdade, é preciso antes de mais nada saber que é a pessoa humana, conhecer a sua natureza. Olhando a realidade que o rodeava, o salmista pôs-se a pensar: “Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que Vós criastes: que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes?” (Sal 8, 4-5). Esta é a pergunta fundamental que nos devemos colocar: Que é o homem? O homem é um ser que traz no coração uma sede de infinito, uma sede de verdade – não uma verdade parcial, mas capaz de explicar o sentido da vida –, porque foi criado à imagem e semelhança de Deus. Assim, o facto de reconhecer com gratidão a vida como dom inestimável leva a descobrir a dignidade profunda e a inviolabilidade própria de cada pessoa. Por isso, a primeira educação consiste em aprender a reconhecer no homem a imagem do Criador e, consequentemente, a ter um profundo respeito por cada ser humano e ajudar os outros a realizarem uma vida conforme a esta sublime dignidade. É preciso não esquecer jamais que “o autêntico desenvolvimento do homem diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões”,[3] incluindo a transcendente, e que não se pode sacrificar a pessoa para alcançar um bem particular, seja ele económico ou social, individual ou coletivo.
Só na relação com Deus é que o homem compreende o significado da sua liberdade, sendo tarefa da educação formar para a liberdade autêntica. Esta não é a ausência de vínculos, nem o império do livre arbítrio; não é o absolutismo do eu. Quando o homem se crê um ser absoluto, que não depende de nada nem de ninguém e pode fazer tudo o que lhe apetece, acaba por contradizer a verdade do seu ser e perder a sua liberdade. De facto, o homem é precisamente o contrário: um ser relacional, que vive em relação com os outros e sobretudo com Deus. A liberdade autêntica não pode jamais ser alcançada, afastando-se d’Ele.
A liberdade é um valor precioso, mas delicado: pode ser mal entendida e usada mal. “Hoje um obstáculo particularmente insidioso à ação educativa é constituído pela presença maciça, na nossa sociedade e cultura, daquele relativismo que, nada reconhecendo como definitivo, deixa como última medida somente o próprio eu com os seus desejos e, sob a aparência da liberdade, torna-se para cada pessoa uma prisão, porque separa uns dos outros, reduzindo cada um a permanecer fechado dentro do próprio “eu”. Dentro de um horizonte relativista como este, não é possível, portanto, uma verdadeira educação: sem a luz da verdade, mais cedo ou mais tarde cada pessoa está, de facto, condenada a duvidar da bondade da sua própria vida e das relações que a constituem, da validez do seu compromisso para construir com os outros algo em comum”.[4]
Por conseguinte o homem, para exercer a sua liberdade, deve superar o horizonte relativista e conhecer a verdade sobre si próprio e a verdade acerca do que é bem e do que é mal. No íntimo da consciência, o homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer e cuja voz o chama a amar e fazer o bem e a fugir do mal, a assumir a responsabilidade do bem cumprido e do mal praticado.[5] Por isso o exercício da liberdade está intimamente ligado com a lei moral natural, que tem caráter universal, exprime a dignidade de cada pessoa, coloca a base dos seus direitos e deveres fundamentais e, consequentemente, da convivência justa e pacífica entre as pessoas.
Assim o reto uso da liberdade é um ponto central na promoção da justiça e da paz, que exigem a cada um o respeito por si próprio e pelo outro, mesmo possuindo um modo de ser e viver distante do meu. Desta atitude derivam os elementos sem os quais paz e justiça permanecem palavras desprovidas de conteúdo: a confiança recíproca, a capacidade de encetar um diálogo construtivo, a possibilidade do perdão, que muitas vezes se quereria obter mas sente-se dificuldade em conceder, a caridade mútua, a compaixão para com os mais frágeis, e também a prontidão ao sacrifício.
Educar para a justiça
4. No nosso mundo, onde o valor da pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, não obstante as proclamações de intentos, está seriamente ameaçado pela tendência generalizada de recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade, do lucro e do ter, é importante não separar das suas raízes transcendentes o conceito de justiça. De facto, a justiça não é uma simples convenção humana, pois o que é justo determina-se originariamente não pela lei positiva, mas pela identidade profunda do ser humano. É a visão integral do homem que impede de cair numa conceção contratualista da justiça e permite abrir também para ela o horizonte da solidariedade e do amor.[6]
Não podemos ignorar que certas correntes da cultura moderna, apoiadas em princípios económicos racionalistas e individualistas, alienaram das suas raízes transcendentes o conceito de justiça, separando-o da caridade e da solidariedade. Ora “a “cidade do homem” não se move apenas por relações feitas de direitos e de deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão. A caridade manifesta sempre, mesmo nas relações humanas, o amor de Deus; dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo”.[7]
“Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5, 6). Serão saciados, porque têm fome e sede de relações justas com Deus, consigo mesmo, com os seus irmãos e irmãs, com a criação inteira.
Educar para a paz
5. “A paz não é só ausência de guerra, nem se limita a assegurar o equilíbrio das forças adversas. A paz não é possível na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos e a prática assídua da fraternidade”.[8] A paz é fruto da justiça e efeito da caridade. É, antes de mais nada, dom de Deus. Nós, os cristãos, acreditamos que a nossa verdadeira paz é Cristo: n’Ele, na sua Cruz, Deus reconciliou consigo o mundo e destruiu as barreiras que nos separavam uns dos outros (cf. Ef 2, 14-18); n’Ele, há uma única família reconciliada no amor.
A paz, porém, não é apenas dom a ser recebido, mas obra a ser construída. Para sermos verdadeiramente artífices de paz, devemos educar-nos para a compaixão, a solidariedade, a colaboração, a fraternidade, ser ativos dentro da comunidade e solícitos em despertar as consciências para as questões nacionais e internacionais e para a importância de procurar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos. “Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” – diz Jesus no sermão da montanha (Mt 5, 9).
A paz para todos nasce da justiça de cada um, e ninguém pode subtrair-se a este compromisso essencial de promover a justiça segundo as respetivas competências e responsabilidades. De forma particular convido os jovens, que conservam viva a tensão pelos ideais, a procurarem com paciência e tenacidade a justiça e a paz e a cultivarem o gosto pelo que é justo e verdadeiro, mesmo quando isso lhes possa exigir sacrifícios e obrigue a caminhar contracorrente.
Levantar os olhos para Deus
6. Perante o árduo desafio de percorrer os caminhos da justiça e da paz, podemos ser tentados a interrogar-nos como o salmista: “Levanto os olhos para os montes, de onde me virá o auxílio?” (Sal 121, 1).
A todos, particularmente aos jovens, quero bradar: “Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo, que é o nosso criador, o garante da nossa liberdade, o garante do que é deveras bom e verdadeiro (…), o voltar-se sem reservas para Deus, que é a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E que mais nos poderia salvar senão o amor?”.[9] O amor rejubila com a verdade, é a força que torna capaz de comprometer-se pela verdade, pela justiça, pela paz, porque tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13, 1-13).
Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenhais medo de vos empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação.
Vivei com confiança a vossa juventude e os anseios profundos que sentis de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivei intensamente esta fase da vida, tão rica e cheia de entusiasmo.
Sabei que vós mesmos servis de exemplo e estímulo para os adultos, e tanto mais o sereis quanto mais vos esforçardes por superar as injustiças e a corrupção, quanto mais desejardes um futuro melhor e vos comprometerdes a construí-lo. Cientes das vossas potencialidades, nunca vos fecheis em vós próprios, mas trabalhai por um futuro mais luminoso para todos. Nunca vos sintais sozinhos! A Igreja confia em vós, acompanha-vos, encoraja-vos e deseja oferecer-vos o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus, de encontrar Jesus Cristo – Ele que é a justiça e a paz.
Oh vós todos, homens e mulheres, que tendes a peito a causa da paz! Esta não é um bem já alcançado mas uma meta, à qual todos e cada um deve aspirar. Olhemos, pois, o futuro com maior esperança, encorajemo-nos mutuamente ao longo do nosso caminho, trabalhemos para dar ao nosso mundo um rosto mais humano e fraterno e sintamo-nos unidos na responsabilidade que temos para com as jovens gerações, presentes e futuras, nomeadamente quanto à sua educação para se tornarem pacíficas e pacificadoras! Apoiado em tal certeza, envio-vos estas reflexões que se fazem apelo: Unamos as nossas forças espirituais, morais e materiais, a fim de “educar os jovens para a justiça e a paz”.
Vaticano, 8 de dezembro de 2011
Benedictus PP XVI

Notas:
[1] - Bento XVI, Discurso aos administradores da Região do Lácio, do Município e da Província de Roma(14 de janeiro de 2011): L’Osservatore Romano (ed. port. de 22/I/2011), 5.
[2] - Comentário ao Evangelho de S. João, 26, 5.
[3] - Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate(29 de junho de 2009), 11: AAS 101 (2009), 648; cf. Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio(26 de março de 1967), 14: AAS 59 (1967), 264.
[5] - Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneoGaudium et spes, 16.
[6] - Cf. Bento XVI, Discurso no Parlamento federal alemão(Berlim, 22 de setembro de 2011):L’Osservatore Romano (ed. port. de 24/IX/2011), 4-5.
[7] - Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate(29 de junho de 2009), 6: AAS 101 (2009), 644-645.
[9] - Bento XVI, Homilia durante a vigília com os jovens(Colónia, 20 de agosto de 2005): AAS97 (2005), 885-886.

15/10/11

CONVOCAÇÃO DO SÍNODO DIOCESANO

HOMILIA DO BISPO DE PORTALEGRE-CASTELO BRANCO,

D. ANTONINO DIAS,

NO ANÚNCIO E CONVOCAÇÃO DO

IV SÍNODO DIOCESANO

Os sínodos foram, desde os primeiros séculos da Igreja, um dos meios pelo qual os Bispos, “movidos pela caridade fraterna e pelo zelo da missão universal confiada aos apóstolos, uniram as suas forças e vontades para promoverem o bem comum e o de cada uma das Igrejas” particulares[1].

O Concílio Vaticano II fez votos para que os Sínodos retomassem “novo vigor para se prover mais adequada e eficazmente ao incremento da fé e à conservação da disciplina nas várias igrejas, segundo as exigências dos tempos”[2].

Na história da Diocese de Portalegre, contamos três sínodos diocesanos, ocorridos em Agosto de 1589, em Maio de 1622, e em Junho de 1714. Desde que a Diocese de Portalegre integrou a de Castelo Branco, não houve Sínodos diocesanos. Castelo Branco, nos cem anos em que foi Diocese autónoma, também não realizou nenhum Sínodo.

No dia 28 de Janeiro de 2009, em início das Jornadas de Formação do Clero, realizou-se, durante a manhã, uma assembleia extraordinária do Clero, em Mem Soares, cujo tema era, sobretudo, a pastoral vocacional. Não tardou que se extrapolasse desse para outros sectores da vida da Igreja diocesana, gerando-se a convicção de que era urgente ouvir, envolver e empenhar a Diocese para que, do confronto das ideias e do conhecimento das situações, saíssemos todos mais enriquecidos e prontos para descobrir caminhos novos que Deus, através do Seu Espírito, nos fosse apontando para se manifestar e se fazer encontrar.

Fazer uma caminhada sinodal?

E por que não se “o Sínodo diocesano é a assembleia de sacerdotes e de outros fiéis escolhidos no seio da Igreja particular, que prestam auxílio ao Bispo diocesano, para o bem de toda a comunidade diocesana…?”[3]

E por que não se os Pastores foram instituídos por Cristo para “pastorear de tal modo os fiéis e de tal modo reconhecer os seus serviços e carismas, que todos, cada um segundo o seu modo próprio, cooperem na obra comum”?[4]

A questão ficou no ar.

Voltou, porém, a estar presente na reunião ordinária do Conselho Presbiteral em 17 de Fevereiro seguinte, bem como na reunião ordinária do Conselho Pastoral Diocesano em 21 de Março, agora já com mais esclarecimentos sobre a natureza, implicações, objectivos e importância de um Sínodo diocesano. Ia-se percebendo que optar pelo mesmo implicava “vencer a tentação de nos limitarmos ao que ainda temos, ou julgamos ter, de nosso e seguro”; não aceitar tal desafio “seria morrer a prazo, enquanto presença da Igreja no mundo” e seria não perceber os dinamismos do Espírito[5].

Tudo parecia, pois, inclinar-se para a concretização do Sínodo. Entendemos, porém, que a sua realização ou não realização, haveria de ser deliberada colegialmente. Assim, em 6 de Junho seguinte, foi convocada uma reunião, extraordinária e conjunta, do Conselho Presbiteral e do Conselho Pastoral Diocesano, tendo como ponto único da agenda decidir, em definitivo, sobre a realização ou não do Sínodo. Após mais alguns esclarecimentos sobre a natureza, finalidade, objectivos, trabalhos e envolvimento de um Sínodo, procedeu-se à consulta, em voto secreto, atribuindo voto deliberativo aos membros dos referidos Conselhos. Dos 45 votantes, 41 foram a favor, 4 votaram contra.

Estava decidido. E decidido estava a partir de dentro da própria Igreja diocesana e não por imposição superior. Agradecemos ao Senhor esta feliz hora. Despedimo-nos, conscientes de que a preparação do Sínodo seria bem mais importante do que a sua própria celebração. A primeira e fundamental finalidade deveria ser, sobretudo, a de envolver o maior número possível de membros da Diocese numa experiência de corresponsabilidade e comunhão. Só assim seria verdadeiramente significativo e poderia trazer frutos para o futuro da Igreja Diocesana que queremos centralizada em Cristo, “casa e escola de comunhão”[6], dinâmica e habitável.

Desde então, ficou o Director do Secretariado Diocesano da Pastoral, o Senhor Cónego Bonifácio dos Santos Bernardo, indigitado como Presidente da Comissão Pré-Sinodal, Comissão que ele constituiria e coordenaria.

Foram mais de dois anos e meio em cuidados e trabalhos, escritos e apelos, reuniões e encontros, encontros diocesanos e arciprestais, para além daqueles que os Reverendos Párocos e seus colaboradores fizeram a preparar e a sensibilizar a Diocese para o bom êxito desta iniciativa comum. Ao chegarmos a este momento, porém, sinto-me agradecido para com todos. Agradecido e feliz, desejando que este momento seja um momento privilegiado e fecundo na caminhada desta Igreja que constituímos e nos foi confiada.

Para não me sentir em jejum no conhecimento da realidade diocesana, enquanto esta preparação ia acontecendo tiveram lugar as Visitas Pastorais, com programação própria e intensa, a todas as paróquias da Diocese. Favoreceram o encontro com as comunidades e deu para ver, conhecer, contactar, interpelar, ouvir e tentar perceber quem somos.

E quem somos nós, afinal? Não é fácil definir. Mas somos uma Diocese do interior deste país, territorialmente longa e dispersa, cada vez mais desertificada, envelhecida e pobre, a fechar Escolas e Infantários e a abrir Centros de Dia e Lares de Idosos. Somos uma Diocese em que há mudanças em permanente alteração que afectam a maneira de ser e estar. Há fenómenos novos e novas situações que parecem desmoronar condutas assumidas e tidas como seguras. Há práticas e costumes a reflectir, perguntas que se advinham e respostas a pensar. Há sofrimentos encobertos: famílias desfeitas e pessoas destruídas; outras famílias por fazer, quer pela incerteza do futuro, quer porque não há esperança de autonomia salarial, quer em fuga às leis civis por conveniência económica do agregado familiar, quer porque os seus membros não se sentem preparados para assumir compromissos definitivos. Há estruturas velhas e inadaptadas a consumir energias e paciência e que é preciso deixar cair; há outras, sonolentas, a viverem mais numa lógica de “gestão de bens e serviços” do que na capacidade de gerar vida e encontro e que é urgente revitalizar: “os serviços não são secundários, mas estão em segundo lugar”[7].

Há memória e manifestações cristãs a caminho de outros fins, prestes a perderem o pé se não chegar adequada e eficaz solicitude pastoral. Há escassez e envelhecimento do clero com responsabilidades pastorais acrescidas e uma pastoral juvenil, vocacional e familiar a precisarem ainda de mais incremento. Há desconhecimento do básico da fé e, por isso, o seu conteúdo, o Evangelho da vida e a adesão à pessoa de Jesus Cristo são muito ténues, subjectivas e acomodadas. “Para muitos, as grandes certezas da fé foram substituídas por um sentimento religioso vago e pouco comprometido; (…) assiste-se a uma espécie de interpretação secularista da fé cristã, que a corrói, suscitando uma profunda crise da consciência e da prática da moral cristã”[8]. Nestas circunstâncias, a fé católica muito dificilmente “poderá tocar os corações graças a simples discursos ou apelos morais e menos ainda a genéricos apelos aos valores cristãos. O apelo corajoso e integral aos princípios é essencial e indispensável; a mera enunciação da mensagem não chega ao mais fundo do coração da pessoa, não toca a sua liberdade, não muda a vida”[9].

Enfim!... No meio de toda a riqueza e valores que caracterizam a boa e diversificada gente desta Diocese, não somos impermeáveis aos ventos serenos ou tempestuosos da história e aos seus respectivos caldos culturais. E se a cultura que nos envolve, segundo o olhar de João Paulo II “dá a impressão de ser uma “apostasia silenciosa” por parte do homem auto-suficiente, que vive como se Deus não existisse”[10], o desafio da “nova evangelização” torna-se muito maior, mais aliciante e provocador. “Exige a presença de católicos adultos na fé e de comunidades cristãs missionárias”[11]. “Exige evangelizadores credíveis, cuja vida, em sintonia com a cruz e a ressurreição de Cristo, irradie a beleza do Evangelho”[12], leve à “purificação da memória”[13] e seja capaz de promover “uma fé mais pessoal e adulta, esclarecida e convicta”.[14] Tudo isto será possível com “novo ardor, novos métodos e nova linguagem”[15], sem extinguir o Espírito[16], sem apagar a chama que ainda fumega[17], em “sólida fidelidade ao próprio Evangelho”[18]. Sim, é urgente dar razões da nossa fé e da nossa esperança, em fidelidade a Cristo e aos homens, objectivos fundacionais que não se podem esquecer, substituir ou minimizar. Cristo tem de ser anunciado a todos com confiança e “sem nunca esconder as exigências mais radicais da mensagem evangélica”[19]. Bento XVI recorda-nos que “os cristãos devem aprender de novo, no contexto dos seus conhecimentos e experiências, em que consiste verdadeiramente a sua esperança, o que é que temos para oferecer ao mundo e, ao contrário, o que é que não podemos oferecer”[20]. E há muita coisa que nos é pedida e alguma não podemos oferecer sem trair a missão, onerar a consciência e gerar confusão. Só a Verdade nos libertará, levando-nos a reavivar o dom que estás em nós[21], esse dom gratuito que pela acção do Espírito nos leva a participar no projecto de Deus, com coragem, amor e sabedoria, garantindo o discernimento sobre o testemunho de Jesus Cristo e como concretizá-lo dentro de novas situações históricas.

Não só, mas também por isso, é que temos de avaliar o nosso desempenho: pesar o que somos, como vivemos e anunciamos Aquele que é o princípio e o fundamento da história do homem e do mundo. Temos de nos perguntar sobre que “fantasia da caridade”[22] é a nossa, face ao cenário das múltiplas formas de pobreza que nos rodeiam. A “mensagem cristã não afasta os homens da tarefa de construir o mundo, nem os leva a desatender o bem dos seus semelhantes, mas, antes, os obriga ainda mais a realizar essas actividades”[23].

Mas o que é que constatamos? Se, na verdade, “o amor de Deus se revela na responsabilidade pelo outro”[24], constatamos, no entanto, que “a sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos”[25]. Mas é a construção desta fraternidade universal alicerçada em Cristo e numa “espiritualidade de comunhão”[26] que nos deve dinamizar e ocupar, começando por nós, pelas nossas paróquias e Diocese, onde o conhecimento da Palavra de Deus e a recepção do Concílio Vaticano II e dos Documentos do Magistério da Igreja devem continuar a crescer.

Na Visita ad Limina que os Bispos portugueses fizeram em 2007, Bento XVI apelou à necessidade de construirmos caminhos de comunhão. “É preciso – dizia Sua Santidade - mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II, na qual esteja bem estabelecida a função do clero e do laicado, tendo em conta que todos somos um, desde quando fomos baptizados e integrados na família dos filhos de Deus, e todos somos corresponsáveis pelo crescimento da Igreja”[27]. E na sua Visita a Portugal, lembrando que “os tempos que vivemos exigem um novo vigor missionário dos cristãos chamados a formar um laicado maduro, identificado com a Igreja, solidário com a complexa transformação do mundo”, acentuou a necessidade de oferecermos “a todos os fiéis uma iniciação cristã exigente e atractiva, comunicadora da integridade da fé e da espiritualidade radicada no Evangelho, formadora de agentes livres no meio da vida pública”.[28]

E é assim, com estes e outros desafios entre mãos, que continuamos em busca de pistas de acção, agora através do Sínodo Diocesano, começando por pedir a colaboração de todos os de boa vontade para a escolha da temática a reflectir. Tendo-se adoptado uma estratégia de análise extensiva feita através de uma amostra aleatória simples em que foram distribuídos 75 mil inquéritos com aplicação de um questionário a preencher durante o mês de Maio passado próximo, foram recolhidos 15.414 desses inquéritos para medir a opinião dos diocesanos sobre os temas a reflectir durante a caminhada sinodal. Concluída a recolha, procedeu-se ao tratamento estatístico dos resultados, à análise factorial, à sua respectiva interpretação e à fixação da temática a abordar, respeitando a maior incidência das respostas ao Inquérito. Escolhidos os temas mais votados, a Comissão Pré-Sinodal, embora fiel à sondagem, inverteu a ordem e apontou como mais conveniente para este primeiro ano sinodal - “Evangelização e Igreja no mundo”.

Confiantes e implorando sempre o auxílio do Divino Espírito Santo, protagonista da evangelização, vamos partir, com humildade e coragem para ver, julgar e ousar novos caminhos de evangelização, atendendo à nossa realidade concreta, de pessoas concretas e com problemas concretos, dentro da qual somos chamados a incarnar e a viver hoje, com o encanto e a convicção dos missionários da primeira hora, o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo, que, mais do que programas e tarefa, é paixão e vida, despojamento e serviço, testemunho e diaconia libertadora, “a partir de Cristo, com Cristo, como Cristo”[29].

A cena do lava-pés, que recordamos, é um gesto natural e autêntico. Não é uma lição de solidariedade humana. Não é um gesto de quem quer dar o exemplo. Não é uma lição de moral. Não é uma cena teatral ou fingida. Porque é um gesto natural e autêntico, torna-se, na verdade, um gesto exemplar e solidário, mas é, sobretudo, a revelação de um mistério, o mistério da humildade de Deus, do seu infinito poder, do poder espiritual de inclinar-se livremente diante do mais pequeno e precisado, do poder de amar em total aniquilamento de si próprio[30]. É a sabedoria da cruz, que contém em si uma projecção universal para todos os cristãos, em todos os tempos e lugares. Também para nós, mesmo que a virtude da humildade possa não estar muito em voga. “Os discípulos do Senhor sabem que esta virtude é, por assim dizer, o óleo que torna fecundos os processos de diálogo, possível a colaboração e cordial a unidade. Humilitas, a palavra latina donde deriva «humildade», tem a ver com humus, isto é, com a aderência à terra, à realidade. As pessoas humildes vivem com ambos os pés na terra; mas sobretudo escutam Cristo, a Palavra de Deus, que ininterruptamente renova a Igreja e cada um dos seus membros”[31].

Caros diocesanos, Presbíteros e Diáconos, Membros da Vida Consagrada e Agentes da Pastoral, todo o Povo de Deus: ao anunciar-vos que o Sínodo está em marcha, com os temas escolhidos, as Comissões indigitadas e outras iniciativas em vista, convoco-os a todos para que se insiram nesta caminhada de fé e de responsabilidade eclesial, com interesse, alegria e esperança. Não sois nem queremos que sejais mero objecto da nossa solicitude pastoral. Precisamos de vós tal como sois, isto é, “protagonistas e artífices da renovação da Igreja” Diocesana[32], escutando, participando na reflexão e no debate, fazendo circular ideias, tomando iniciativas que despertem e animem os mais distraídos ou alheios. Que ninguém fique à margem.

Que os grupos de reflexão se multipliquem, manifestem presença e colaboração, façam chegar as suas reflexões e propostas para se elaborar o documento de trabalho para as Assembleias Sinodais.

Que os Agentes de Pastoral, a quem a Diocese tanto deve, renovem a sua capacidade de estimular, animar, acolher, provocar o debate e ouvir os outros, sem ideias preconcebidas ou conclusões feitas. Sem se julgarem “peritos de religião” nem se acomodarem à “religiosidade rotineira” ao ponto de “Deus já não inquietar”[33]. Escancarar as portas para ouvir, não é fácil, mas é necessário. Implica conversão. Implica não se julgar dono da verdade nem com o monopólio do Espírito Santo. Como afirmava S. Bento, “É frequente o Senhor inspirar a um mais jovem um parecer melhor.”[34] E a pastoral de que precisamos não será, na verdade, como afirma o Cardeal Walter Kasper, fazer o melhor que se pode aquilo que sempre se fez[35]. Exige atenção aos sinais, criatividade, competência, paixão e ousadia.

Que os Meios de Comunicação Social afectos à Igreja abracem esta causa, com qualidade, beleza e arte, em serviço à Diocese na dinâmica do Sínodo. Aos outros órgãos de Comunicação Social agradeço o empenhamento e dedicação que têm manifestado e que, com certeza, continuarão a manifestar.

Que as comunidades sejam, na verdade, criativas e consigam envolver as pessoas de todas as idades e estados, cientes de que há muitas maneiras de participar e de mostrar sentido de corresponsabilidade e comunhão. Busquemos a força nos momentos de oração, pessoais e comunitários, incluindo a Adoração ao SS. Sacramento com crianças, jovens, adultos, famílias, grupos, movimentos e as próprias Comunidades. “É urgente saber aproveitar todas as oportunidades, mas também saber provocá-las, e lançar mão das capacidades e aptidões, mas também saber cultivá-las, para oferecer o Evangelho ao nosso mundo. Neste domínio, as crianças e os jovens, quando devidamente preparados e estimulados, parecem particularmente aptos para criar relações de simpatia e de acolhimento, de modo a saberem dar o Evangelho juntamente com a sua própria vida, estabelecendo relações significativas com as pessoas que frequentam a Igreja, com as que estão “à porta”, e também no caminho ou na estrada. Neste sentido, as crianças e os jovens podem tornar-se os mais eficazes evangelizadores das crianças e dos jovens, mas também dos adultos e dos idosos, dado o seu interesse pelos outros e por tudo o que é novo”[36].

No entardecer do Sínodo, daqui a uns breves anos, fruto do trabalho e do empenho de todos, poderemos, por certo, estabelecer linhas programáticas de acção para crescermos na santidade, melhor anunciarmos o Evangelho, formarmos comunidades cristãs mais adultas e cumprirmos mais diligentemente a parte que nos “compete na clarificação, defesa e recta aplicação dos princípios cristãos aos problemas do nosso tempo”[37].

Que o Senhor nos dê “a força da comunhão na diversidade, a alegria da harmonia nos projectos, a ousadia da esperança no confronto da história”[38].

Que Santo António, Padroeiro da Diocese, e Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, intercedam por nós e nos ajudem a discernir os melhores caminhos a seguir, com humildade e esperança.

D. Antonino Eugénio Fernandes Dias

Bispo de Portalegre-Castelo Branco

05/10/2011


NOTAS


[1] Concílio Vaticano II, Decreto Christus Dominus (CD), 36.

[2] Idem.

[3] Código de Direito Canónico, cân. 460.

[4] Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática Lúmen Gentium (LG), 30.

[5] Bento XVI, no Porto, 14/05/2010.

[6] João Paulo II, Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte (NMI), 43.

[7] Alphonse Borras/Gilles Routhier, A Nova Paróquia, Ed. Gráfica de Coimbra 2, 135.

[8] João Paulo II, Exortação Apostólica Pós-Sinodal Ecclesia in Europa (EinE) 47; cf. Carta Encíclica Redemptoris Missio, 33.

[9] Bento XVI no encontro com os Bispos, em Fátima, 13/05/2010.

[10] EinE, 9.

[11] Idem, 50.

[12] Idem, 49.

[13] NMI, 6.

[14] EinE, 50.

[15] João Paulo II, Discurso à 19ª Ass. Plenária da CELAM, no Haiti, 9/03/1983.

[16] ITes 5, 19-21.

[17] Is 42, 3.

[18] EinE, 48.

[19] NMI, 40.

[20] Bento XVI, Carta Encíclica Spe Salvi (SpS), 22.

[21] 2Tim 1, 6-8.

[22] NMI, 50.

[23] Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática Gaudium et Spes (GS), 34.

[24] SpS, 28.

[25] Bento XVI, Carta Encíclica Caritas in Veritate, 19

[26] NMI, 43

[27] Bento XVI na visita ad Limina dos Bispos Portugueses, 10/11/2007.

[28] Bento XVI no Encontro com os Bispos, Fátima, 13/05/2010.

[29] Carta Pastoral da CEP, Como Eu vos fiz, fazei vós também – para um rosto missionário da Igreja em Portual, 2010, 14

[30] Cf. François Varillon, SJ, A Páscoa de Jesus, Ed. AO, Braga, pág. 48-49.

[31] Bento XVI, Aeroporto de Friburgo, 25/09/2011.

[32] João Paulo II, Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christifideles Laici (ChFL), 46.

[33] Bento XVI, Aeroporto de Friburgo, 25/09/2011.

[34] Citação de João Paulo II em NMI, 45.

[35] Cf. Walter Kasper, Servidores da Alegria, Ed. Loyola, 2008.

[36] Carta Pastoral da CEP, Como Eu vos fiz, fazei vós também – para um rosto missionário da Igreja em Portugal, 2010, 26

[37] Concílio Vaticano II, Decreto Apostolicam Actuositatem, 6.

[38] Oração Sinodal